Assegurar o bem-estar dos
colaboradores em uma empresa não depende apenas do cumprimento das obrigações
legais relacionadas à saúde ocupacional, à segurança na infraestrutura ou às
condições do trabalho. Uma dieta diária equilibrada e variada é capaz de mudar
a rotina dos funcionários, refletindo de forma positiva no humor, na
disposição, no desempenho das tarefas e, por consequência, na produtividade da
empresa.
A conscientização é o
primeiro passo para promover hábitos saudáveis nas equipes. Para isso, é
recomendável criar planos de incentivo à boa alimentação. A comunicação
interna, quase sempre, funciona muito bem: e-mails, folhetos, newsletter,
cartazes, campanhas, palestras… Enfim, todos os recursos que estiverem à
disposição e que permitam a todos o acesso à informação útil e confiável.
Atuar em parceria com
profissionais de saúde auxilia enormemente na tarefa de mudar hábitos
alimentares nas equipes. Também dá maior segurança a gestores e líderes
setoriais na hora de repassar as informações. Se os funcionários se sentirem
motivados, podem atuar como multiplicadores e estender a proposta de mudança a
outros funcionários e até a suas famílias.
Os índices de obesidade no
Brasil não são nada animadores. Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018),
divulgada em 24 de julho deste ano pelo Ministério da Saúde, dá conta de que a
taxa de obesidade no país passou de 11,8% para 19,8%, entre 2006 e 2018, um
aumento de 67%. Trata-se do maior índice nos últimos 13 anos.
O estudo evidencia que, no
período avaliado, a alta do índice foi percebida de maneira mais evidente nas
faixas etárias de 25 a 44 anos, justamente a parcela da população mais
produtivamente ativa. Nesses grupos, o indicador subiu acima de 80%.
O reflexo nas empresas também merece atenção especial. De acordo
com a Organização
Internacional do Trabalho (OIT), a alimentação inadequada é
responsável no mundo por reduzir em até 20% a capacidade produtiva dos funcionários.
Trabalhadores que se
alimentam mal têm mais dificuldade para se concentrar e, em geral, também são
mais estressados. Ficam ainda mais propensos a gripes, alergias e distúrbios
gastrointestinais. Por falta de energia e concentração, sonolência e mal-estar
frequente, ficam ainda mais sujeitos a acidentes de trabalho.
Uma alimentação saudável pode reduzir índices de absenteísmo e até mesmo os custos da empresa com planos de saúde corporativos. Doenças crônicas – como hipertensão, diabetes, problemas vasculares e cardíacos – figuram entre as principais causas de afastamento do trabalho e poderiam ser prevenidas ou mesmo minimizadas por hábitos alimentares adequados.
Se os funcionários fazem as
refeições na própria empresa, a ajuda de uma nutricionista na elaboração do
cardápio é pertinente. Se a empresa não dispuser de refeitório, pode ser feito
um acordo com restaurantes de alimentação saudável das redondezas para oferecer
descontos aos trabalhadores. É uma ideia simples, de baixo custo, mas com
potencial para gerar grandes resultados. No caso de o colaborador trazer sua
marmita de casa, é recomendável ajudá-lo a fazer as escolhas mais adequadas.
Ao demonstrar preocupação com
o bem-estar de suas equipes, a empresa, automaticamente, melhora a autoestima
dos colaboradores e o compromisso com a organização na qual trabalha. Ele, sem
dúvida, se sentirá valorizado, trabalhará mais satisfeito, terá mais energia
para executar suas funções.